A organização não governamental Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ) emitiu um alerta sobre a crescente perseguição a jornalistas na Venezuela após as eleições presidenciais de 28 de julho. O CPJ relatou que oito jornalistas foram presos sob acusação de terrorismo devido às suas reportagens, e cerca de uma dúzia de profissionais foram obrigados a deixar o país.
Segundo o relatório, a imprensa venezuelana está enfrentando uma pressão cada vez maior, com muitos veículos sendo forçados a operar de forma clandestina devido aos constantes assédios e ataques por parte de altos funcionários do governo de Nicolás Maduro. O papel do novo ministro do Interior, Diosdado Cabello, também é destacado, pois ele acusou sem provas plataformas de mídia independentes de receberem financiamento do tráfico de drogas.
Além disso, o CPJ destacou que desde as eleições, a liberdade de imprensa na Venezuela tem se deteriorado significativamente, com o governo impondo apagões de Internet, bloqueando plataformas de comunicação e dificultando o trabalho dos jornalistas.
O relatório também menciona relatos de jornalistas que foram forçados a deixar o país devido a ataques, incluindo casos de profissionais que pararam de assinar reportagens após serem alvo de campanhas de difamação nas redes sociais. A situação se agravou com a repressão aos manifestantes que contestam os resultados eleitorais, resultando em detenções, mortes e feridos.
A oposição venezuelana e vários países denunciaram a fraude eleitoral e pediram uma verificação independente das atas de votação. Protestos contra os resultados eleitorais foram reprimidos pelas forças de segurança nas ruas do país.