O consumo de um tipo de maconha mais potente que chega a custar pelo menos 50 vezes mais caro do que a maconha comum alertou a polícia civil de São Paulo, que passou a investigar os grupos especializados na fabricação e tráfico do produto.
Nos últimos três meses, equipes da Delegacia de Investigação Sobre Entorpecentes (Dise) de Carapicuíba realizaram pelo menos três operações contra a quadrilha que vende esse tipo de droga em regiões nobres da Grande São Paulo, como Alphaville e Santana de Parnaíba.
De acordo com o delegado Estevão Castro, responsável pelas operações, a droga é misturada a compostos químicos, que potencializam os efeitos e podem deixar um aroma diferente ao da maconha comum.
“A droga é vendida em uma espécie de pasta, à granel ou então em um formato mais rígido. Eles (os traficantes) misturam compostos químicos, que potencializam o efeito da droga”, explica.
A comercialização da droga, segundo o delegado, fica restrita a grupos de trocas de mensagens e a entrega ocorre direto na casa do usuário. A “maconha gourmet” dificilmente será localizada em pontos de venda do tráfico convencional, as chamadas “biqueiras”.
“Esse tipo de maconha é vendido a um público específico, que tem maior poder aquisitivo e que tem acesso aos grupos onde há o comércio ilegal. Geralmente, a entrega é feita pelo traficante e não como ocorre no tráfico de drogas convencional, onde o usuário vai até o ponto de venda”, diz o delegado.
Laboratório do tráfico
A última ofensiva dos policiais da Dise de Carapicuíba contra o tráfico da “maconha gourmet”, no último dia 4 de junho, terminou com a prisão de mais um suspeito da quadrilha investigada. Com um mandado de prisão autorizado pela Justiça, os policiais conseguiram entar em um imóvel que funcionava como uma espécie de laboratório do tráfico.
O alvo da mandado de prisão estava armado, mas não reagiu à abordagem feita pelos policiais, segundo as informações do boletim de ocorrência. No local, segundo a polícia foram apreendios papelotes dos derivados de haxixe (que contém grande concentrações de THC), conhecidos como “dry” e “ice”, que são utilizados como base para a “maconha gourmet”.
Além da droga, foram localizados e apreendidos diversos equipamentos utilizados para a fabricação da droga, além de uma pistola calibre .380 e munições.
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