A Polícia Federal apresentou à Justiça uma lista de suspeitas a serem investigadas envolvendo o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em um possível envolvimento na máfia das creches. Uma investigada mencionou em um vídeo que ele teria recebido repasses desviados de unidades de ensino.
Segundo informações da Folha de S. Paulo, a PF decidiu dar continuidade a um inquérito para investigar suspeitas de lavagem de dinheiro relacionadas ao prefeito, quando ele era vereador. A autorização judicial é aguardada para prosseguir com as investigações.
A defesa de Nunes solicitou o arquivamento do caso, alegando que a retomada do inquérito pela PF durante o período eleitoral, após cinco anos de investigação, é injustificada, uma vez que o Ministério Público de São Paulo já havia concluído pela inexistência de irregularidades nos mesmos fatos.
Em um despacho em que a PF pede a continuidade da investigação, é mencionada a possibilidade de quebra de sigilo bancário e fiscal das pessoas físicas e jurídicas envolvidas para rastrear o recebimento e destino dos recursos, incluindo cartões de crédito.
O documento não divulga detalhes sobre os alvos da investigação para não alertar possíveis suspeitos. A PF rebate as alegações da defesa de Nunes e menciona o vídeo revelado pela Folha de S. Paulo como justificativa para continuar o caso.
Nunes sempre afirmou que os repasses recebidos por ele e por uma empresa de sua família eram referentes a serviços de dedetização. No entanto, um vídeo mostra Rosângela Crepaldi contradizendo essa versão, afirmando que foi um repasse e que Nunes nunca prestou serviços.
Além disso, a PF menciona que Nunes e uma empresa de sua família receberam valores de uma empresa suspeita de ser uma grande “noteira” da máfia das creches. Questões sobre a relação de Nunes com uma entidade que gerencia creches conveniadas pela prefeitura e sobre os motivos de manter uma empresa em nome de familiares também são levantadas.
A Polícia Federal destaca que a defesa de Nunes contestou a petição de forma agressiva e defende a investigação que resultou em 116 indiciamentos até o momento. A defesa, no entanto, ressalta que Nunes não foi indiciado e argumenta que a manutenção do inquérito pode ser usada de forma eleitoral contra o prefeito.
Nunes nega qualquer irregularidade, afirma não ter sido acusado no inquérito em que Rosângela foi investigada e diz que as declarações serão analisadas por sua defesa para que ela responda por denunciação caluniosa.