Investigação sobre esquema de intimidação e coleta ilegal de dados contra ministro do STF
Uma investigação teve início após ameaças e tentativas de suborno à delegada Denisse Ribeiro, relacionadas a um esquema de intimidação e coleta ilegal de dados pessoais do ministro Alexandre de Moraes, do STF. A delegada liderou a Operação Acrônimo em 2015, que investigava fraudes eleitorais, e durante as investigações foram encontrados documentos que ligavam a construtora JHSF a pagamentos a um escritório de advocacia associado a Moraes.
Embora o caso tenha sido arquivado, os dados foram utilizados posteriormente para ameaçar e expor agentes federais em 2024. A campanha difamatória foi organizada por um blogueiro bolsonarista, que ofereceu uma recompensa milionária por provas contra o ministro. Um e-mail anônimo criptografado foi enviado à delegada, sugerindo sua colaboração em uma operação e mencionando o pagamento oferecido.
O remetente, identificado como “Tacitus”, teve acesso ilegal aos dados pessoais de Moraes, Denisse e José Auriemo Neto, sócio da JHSF, por meio do sistema Infoseg. Tacitus passou a enviar ameaças à delegada, utilizando comparações com figuras nazistas e mensagens intimidatórias. A Polícia Federal identificou o uso irregular de dados no sistema, evidenciando a seriedade das intimidações.
O Ministério da Justiça declarou estar cooperando com as investigações e que o Infoseg é monitorado para evitar acessos não autorizados. Especialistas criticaram a falta de controles mais rígidos para proteger os dados pessoais e sugeriram a implementação de medidas de segurança mais robustas. A JHSF confirmou que os pagamentos a Moraes eram honorários legais e afirmou confiar nas autoridades para esclarecer o caso.